Há pouco tempo, lançamos a 10ª edição do Ranking Merco de Líderes Empresariais, em que ressaltamos a crescente participação das lideranças femininas no Ranking. Para se ter uma ideia, em 10 anos a participação feminina cresceu 350%, e hoje já representa 18% do Ranking. Sem dúvida, ainda temos um longo caminho a percorrer, mas já demos passos importantes nessa jornada, que não é apenas feminina, mas de todo o ambiente empresarial, afinal o crescimento das mulheres em posições de liderança traz benefícios importantes. Esse, inclusive, foi um tópico abordado por Luiza Helena Trajano, 1ª colocada no Ranking, Daniela Cachich, da Ambev, e Ana Costa, da Natura, em um painel que realizamos ao lançar o Ranking.

A ascensão da liderança feminina nas empresas tem sido um tópico cada vez mais relevante nos últimos anos. À medida que as organizações buscam diversificar suas equipes de liderança, a presença e o impacto das mulheres em posições de liderança estão sendo reconhecidos como um catalisador essencial para o crescimento e o sucesso sustentável das empresas.
Diversidade de pensamento e tomada de decisão
A inclusão de mulheres em cargos de liderança traz consigo uma variedade de perspectivas, experiências e estilos de liderança únicos. A diversidade de pensamento resultante promove uma tomada de decisão mais abrangente e holística, que considera uma gama mais ampla de possibilidades e soluções. Observamos consistentemente que equipes de liderança diversas são mais inovadoras e eficazes na resolução de problemas complexos, resultando em melhores resultados financeiros e operacionais para as empresas.
Além disso, a presença de líderes femininas em cargos de alto escalão desafia os estereótipos de gênero e inspira outras mulheres a buscar posições de liderança. Isso cria um ciclo virtuoso de inclusão e novas perspectivas, em que mais mulheres são encorajadas e capacitadas a assumir papéis de destaque nas organizações, aumentando ainda mais a diversidade de pensamento e a qualidade das decisões empresariais.
Empoderamento e desenvolvimento profissional
A promoção da liderança feminina não só beneficia as organizações, mas também as próprias mulheres. Ao oferecer oportunidades de liderança e desenvolvimento profissional equitativas, as empresas capacitam as mulheres a alcançarem seu pleno potencial e a contribuírem de forma significativa para o sucesso da empresa. Isso não só melhora a retenção de talentos femininos, mas também fortalece a reputação da empresa como um local de trabalho inclusivo e alinhado com as necessidades atuais da sociedade.
O empoderamento das mulheres na liderança também desempenha um papel crucial na quebra de barreiras de gênero e na promoção da igualdade de oportunidades. Ao demonstrar que as mulheres podem liderar com eficácia em todos os níveis da hierarquia organizacional, as líderes femininas desafiam as normas culturais e sociais que historicamente limitaram o avanço das mulheres no ambiente de trabalho.
Alcance de mercado e satisfação do cliente
A presença de líderes femininas nas empresas também tem um impacto significativo no alcance de mercado e na satisfação do cliente. As mulheres representam uma parte substancial do poder de compra global e têm influência significativa nas decisões de compra em uma variedade de setores. Portanto ter executivas na liderança ajuda as empresas a entenderem melhor as necessidades e preferências do mercado feminino, permitindo-lhes desenvolver produtos e serviços mais relevantes e inovadores.
Além disso, a diversidade de gênero na liderança é frequentemente associada a uma cultura organizacional mais empática, colaborativa e centrada no cliente. Isso resulta em uma melhor experiência do cliente e em relacionamentos mais consistentes com os stakeholders, proporcionando à empresa uma vantagem competitiva significativa no mercado.
A liderança feminina, portanto, desempenha um papel vital na promoção da diversidade, inovação e sucesso empresarial. Ao reconhecer e valorizar as contribuições das mulheres para as empresas, as organizações podem colher os benefícios de uma força de trabalho mais diversificada, inclusiva e capacitada, preparando o caminho para um futuro mais equitativo e próspero.
A coragem de desafiar o “status-quo”
Em nossa inspiradora conversa, Luiza trouxe o tema da coragem necessária para abrir espaços em ambientes historicamente dominados por homens. Os desafios que precisam ser enfrentados, desde a luta contra estereótipos de gênero até a superação de barreiras institucionais. No entanto sua coragem deve ir além da simples entrada nesses espaços; elas também precisam desafiar as culturas organizacionais existentes para criar ambientes mais inclusivos e equitativos.
Muitas vezes, enfrentam pressões sociais e profissionais adicionais, como a necessidade de provar sua competência de forma mais contundente do que seus colegas homens. No entanto, sua persistência e modo peculiar de tratar dos temas as leva a alcançarem sucesso com soluções incomuns, que não só abrem portas para elas mesmas, mas também pavimentam o caminho para outras mulheres que desejam seguir seus passos.
Além disso, as líderes femininas frequentemente trazem perspectivas únicas e valiosas para a mesa, enriquecendo a tomada de decisões e promovendo uma cultura organizacional mais diversificada e inclusiva. Sua coragem em permanecer firmes em suas convicções e liderar pelo exemplo inspira não apenas outras mulheres, mas também homens, a desafiar as normas de gênero e promover a igualdade dentro e fora do local de trabalho.
Gestão inclusiva e igualitária não significa, em absoluto, nenhuma forma de competição entre gêneros, mas ao contrário, uma junção de estilos e pontos fortes que leva as empresas a modelos de gestão aderentes às demandas dos tempos atuais.
Por tudo isso, a Merco, por meio de seus rankings e suas pesquisas, tem se empenhado em valorizar essa ampliação de visibilidade e ocupação de espaço das lideranças femininas, trabalhando também para que no próximo ranking possa mostrar uma realidade cada vez mais inclusiva, plural e humana nas organizações.
*Lylian Brandão é CEO da Merco no Brasil.