Por Merco 25 de Setembro de 2024
Num contexto como aquele em que vivemos, em que a confiança se tornou um intangível fundamental na construção de relações sólidas e bem-sucedidas em todos os aspetos da nossa vida, facilmente entendemos a importância do bom governo corporativo aplicado ao contexto empresarial, que atua como um pilar que garante a transparência, a responsabilidade e o cumprimento normativo em todas as áreas da empresa.
É no entanto frequente observar-se, que as empresas estão mais concentradas na responsabilidade externa, sem se darem conta que a responsabilidade deve nascer desde dentro: na tomada de decisões, no fomento de códigos de conduta, nos equilíbrios e controles de poder…
Uma organização deverá ser reconhecida pelos seus elevados padrões éticos e pela exemplaridade de seu comportamento corporativo. Assim o demonstram dados extraídos da última edição do Merco Responsabilidade ESG Espanha, o monitor que apura quais são as empresas mais responsáveis com o meio ambiente, no âmbito interno, clientes e sociedade, e na ética e no governo corporativo. Este estudo conclui, com base na avaliação dos especialistas em Responsabilidade Social Corporativa, que a transparência e o bom governo se apresentam como a segunda variável que mais cresce em relação a 2022 (+4,1), apenas atrás do compromisso com o meio ambiente e mudanças climáticas, que aumenta em 5,7 pontos.
Se fizermos, por exemplo, um zoom na dimensão ética e governo corporativo, observamos que o sector mais bem avaliado pelos especialistas em RSC é o sector de Bebidas**, seguido do sector Segurador e do sector Bancário. Nestes setores verificamos haver uma coincidência entre aquela que é a realidade da empresa (aferida com base nos seus indicadores objetivos) e a perceção dos públicos mais informados, relativamente a indicadores comparáveis.
Não restam dúvidas que a ética na governança, não se apresenta apenas como uma prática desejável, como se tornou inevitável para oferecer estabilidade e segurança aos stakeholders. Num mercado cada vez mais competitivo, o bom governo corporativo revela-se um claro fator diferenciador e um indicador de confiança e credibilidade.
Para além do impacto que tem na reputação e imagem da marca, a responsabilidade em adotar altos padrões de transparência, integridade e reporte financeiro, vais seguramente refletir-se numa maior capacidade de atrair talento e investidores, assim como contribuir para o sucesso da Organização a longo prazo, visível no desempenho financeiro e no impacto positivo gerado.
Daí a crescente importância de figuras como o ‘compliance officer’, que pretende ser o garante do cumprimento normativo, bem como a importância de estabelecer mecanismos de avaliação periódicos, para medir o cumprimento dos princípios de bom governo corporativo, à semelhança do que já se faz com outras áreas fundamentais da empresa.
Em resumo, uma empresa com boa reputação, não é aquela que persegue apenas a maximização dos seus benefícios, mas que adicionalmente cumpre com seus compromissos ambientais, sociais e éticos. Esta combinação de excelência, entre gestão empresarial e responsabilidade social, vai permitir construir um projeto com um futuro mais sólido, estável e duradourono tempo.